quarta-feira, 26 de junho de 2013

Biografia



Zurique (Zürich) é a maior cidade da Suíça, localizada ao norte do país. Fala-se alemão
Johann Heinrich Pestalozzi nasceu em Zurique, na Suiça, aos 12 de janeiro de 1746.
Seu pai, Johann Baptist Pestalozzi, era cirurgião, descendente de italianos. Estudou ali mesmo, em Zurique, cursando Filosofia e Lingüistica no famoso Collegium Carolinum. A influência de Jean-Jacques Rousseau foi enorme
A vida de Pestalozzi foi um exemplo fantástico de amor e devoção à educação, entre fracassos sucessivos e uma persistência gloriosa em sua missão de educador.
Seu pai morreu quando ainda era novo, tendo sido criado pela mãe. Na Universidade de Zurique associa-se ao poeta Lavater num grupo de reformistas.


Casou-se aos 23 anos com Anna Schulthess. Em seguida, comprou um pedaço de terra, transformando a propriedade rural de Neuhof em uma escola. No entanto, tão pobre como os meninos que agasalha, reparte com eles o que mal lhe chegava. Em 1780, esgotados todos os seus recursos, teve que fechar a escola.

Nesta época escreveu “As Horas Noturnas de um Ermitão” (The Evening Hours of a Hermit – 1780), contendo uma coleção de pensamentos e reflexões.

A este livro seguiu-se sua obra-prima: Leonardo e Gertrudes (“Leonard und Gertrud” – 1781), um conto onde narra a reforma gradual feita primeiro numa casa, depois numa aldeia, frutos dos esforços de uma mulher boa e dedicada.


Anna Schulthess Pestalozzi, esposa. (Detalhe do quadro na Galeria)
A obra foi um sucesso na Alemanha, e Pestalozzi saiu do anonimato
Os órfãos de Stans




A invasão francesa da Suíça em 1798 revelou-lhe um caráter verdadeiramente heróico. Muitas crianças vagavam no Cantão de Unterwalden, às margens do Lago de Lucerna, sem pais, casa, comida ou abrigo. Pestalozzi reuniu muitas delas num convento abandonado em Stans, e gastou suas energias educando-as.

Em um período muito curto de tempo realizou transformações surpreeendentes naquelas crianças órfãs, abandonadas na maior miséria material e moral, que Pestalozzi amou como seus próprios filhos.

Cuidava delas pessoalmente com extremada devoção mas, em junho de 1799, o edifício foi requisitado pelo invasor francês para instalar ali um hospital, e seus esforços foram perdidos.
Em 1799 obteve permissão para manter uma escola em Burgdorf, onde, segundo diziam, utilizava processos com 100 anos de avanço. Permaneceu trabalhando até quando exigiram-lhe a desocupação do Castelo onde funcionava a escola, para nele instalar o governo da cidade. Continuou sua obra no castelo de Munchenbuchsee.
Em 1801 Pestalozzi concentrou suas idéias sobre educação num livro intitulado “Como Gertrudes ensina suas crianças” (Wie Gertrude Ihre Kinder Lehrt). Ali expõe seu método pedagógico, de partir do mais fácil e simples, para o mais difícil e complexo. Continuava daí, medindo, pintando, escrevendo e contando, e assim por diante.
Em Como Gertrudes Ensina Seus Filhos (tradução em espanhol por Lorenzo Luzurriaga - 1927), destacamos:
"É indiscutível que a mania de palavras e livros, que tem absorvido tudo em nossa instrução popular, chegou tão longe que não podemos permanecer por muito tempo como estamos. Tudo me faz acreditar que o único meio de sair deste caos civil, moral e religioso, é abandonar a superficialidade, a fragmentação e a presunção de nossa instrução popular, e reconhecer a intuição como a verdadeira fonte do conhecimento".
No entanto, o termo intuição tem sido interpretado de muitas maneiras, o que pode gerar equívocos. Compayré nos diz que, para Pestalozzi "intuição não é somente a percepção externa dos sentidos. A intuição estende-se às experiências da consciência interna, aos sentimentos e às emoções tanto quanto à sensações."
Em 1802 foi como deputado a Paris, e fez de tudo para fazer com que Napoleão se interessasse em criar um sistema nacional de educação primária; mas o conquistador disse-lhe que não podia perder tempo com o alfabeto.
A Escola de Yverdon


Em 1805 ele mudou-se para Yverdon, no Lago Neuchâtel, e por vinte anos dedicou-se ao seu trabalho continuamente. Ali era visitado por todos que se interessavam pela educação, como Talleyrand, d'Istria de Capo, e Mme. de Staël. Foi elogiado por Humboldt e por Fichte. Dentre seus discípulos incluem-se Hippolyte Denizard Rivail, Ramsauer, Delbrück, Blochmann, Carl Ritter, Froebel e Zeller.
Em 1825, depois de 20 anos de atividade, deixa Yverdon, num clima de graves dissensões internas entre dois colaboradores da obra: Schmidt e Niederer, liderando cada um o seu grupo.
Retorna a Neuhof e, já octogenário, num gesto nobilíssimo, procura empregar todo o dinheiro arrecadado do produto de seus livros na criação de um orfanato para crianças pobres.
Escreveu seu último trabalho: “O canto do cisne”, vindo a morrer em Brugg.
Em seu túmulo, em Birr, lêem-se as seguintes palavras:
Aqui jaz
Henrique Pestalozzi, nascido em Zurique a 12 de janeiro de 1746,
falecido em Brugg a 17 de fevereiro de 1827.
Salvador dos pobres em Neuhof.
Pregador do povo em "Leonardo e Gertrude"
Pai dos órfãos, em Stanz,
Criador da nova Escola Elementar, em Burgdorf e Munchenbuchsee;
em Yverdon, educador da Humanidade.
Homem, cristão, Cidadão.
Abençoada seja a sua memória.

Dicas de Estudo


O que ler?
  • A Pedagogia na Era das Revoluções, Alessandra Arce, Ed. Autores Associados, 238 págs;
  • Como Gertrudes ensina seus filhos, Pestalozzi. (1801)
  • Antes de ler Johann Heinrich Pestalozzi leia: 
Rousseau
  • Depois de ler Johann Heinrich Pestalozzi leia: 
Froebel e Herbart

O que ver?


O que fazer?
Uma proposta que encontramos baseada nos pensamentos de Pestalozzi é “5 minutos de valores humanos para a escola” (diponível em http://www.cincominutos.org/metodologia.htm) e tem o intuito de colaborar com a formação ético-moral das nossas crianças e adolescentes. Pois para Pestalozzi  o processo educativo deveria englobar três dimensões humanas, identificadas com a cabeça, a mão e o coração. O objetivo final do aprendizado deveria ser uma formação também tripla: intelectual, física e moral. Ou seja, uma educação voltada primeiro para a formação do caráter, da moral para depois a inteligência. A educação deveria preparar cidadãos não somente para o mercado de trabalho e sim para viver em sociedade. E essa dinâmica encaixa-se perfeitamente em suas metodologias.
Fica a dica!

O Pai da Humanidade


Johann Heinrinch Pestalozzi

Quando 
viveu?
De 1746 a † 1827

Onde
nasceu?

Zurique, Suíça

O que pensou?

Considerado o pai da pedagogia moderna, Pestalozzi inspirou Froebel e Herbart, e seu nome vincula-se a todos os movimentos de reforma da educação no século XIX. Precursor do método intuitivo de ensino, que assume uma perspectiva indutiva, partindo do particular para o geral, do concreto para o abstrato.